5 de março de 2027,
Querido diário,
Hoje, finalmente, faço meu aniversário de 30 anos. Esse, concerteza, foi o aniversário mais esperado de todos na minha vida. Quanto mais perto da “3ª idade”, mais feliz me sinto! Me chamam de doida por sentir isso, mas não ligo.
Alguns odeiam ficar mais velhos. Temem rugas, cabelos brancos, experiência de sobra, experiência de menos,enfim. Eu, particularmente adoro o dia do meu aniversário. Não só porque ganho presentes e etc, mas porque os sinais da idade –como se eu estivesse tão velha assim- chegam com esse dia.
Sinais inevitáveis que com o tempo ficam cada vez mais visíveis. Sinais que deveriamos gostar, não odiar tanto. A cada aniversário, penso que posso sim estar envelhecendo e que daqui a alguns anos, posso adquirir rugas, cabelos brancos e experiência. Mas, com meus pensamentos otimistas farei das rugas apenas expressões faciais que ao longo da vida consegui expressando meus sentimentos à flor da pele. Irei pensar, que os cabelos brancos são aqueles famosos cabelos brancos de preocupação. Preocupação com aqueles que amo e com as coisas simples e pequenas da vida que a fazem especial.
E a minha experiência será espalhada para os mais jovens, para que quando tiverem a minha idade, poderem fazer isso também. Quero que toda a minha experiência seja passada, mesmo aquela famosa experiência errante, mas não quero que os jovens façam exatamente os mesmos erros. Não,não. Mas quero que errem. Isso eu quero sim. E não diário, não me chame de doida. Foi com os erros que tenho 30 anos bem sucedidos. Posso não ter sido perfeita, mas fiz meu melhor para ser boa o bastante. Mas não perfeita.
Não quero que se sintam culpados por envelhecer. Jamais. É natural da vida. Quero que tomem juízo. Quero que escutem os pais. Pois agora, sendo mãe, sei como é difícil. Mas, apesar de tudo quero que sejam felizes. Seja com 13 anos, seja com 30. Quero que eles sejam felizes acima de tudo.
Bom diário, por hoje é só. Preciso ir curtir meus 30 anos enquanto há tempo.
Que você tenha um bom dia e até amanhã.
[...]
Acordo assustada. Sento-me na cama e observo bem o quarto e minhas roupas de cama. Dou uma risada e suspiro. Aliviada? Não sei. Só sei, que foi um suspiro sincero. Me lembro de todo o resto do meu sonho e dou mais uma risada, porque agora sei, que aos meus 30 anos, serei quase igual a uma das personagens de um dos meus filmes preferidos: Bridget Jones.
Vou ter um diário. Talvez porque meu analista pediu , ou talvez só por achar que preciso.
Saio de meus devaneios com minha mãe me abraçando e me desejando parabéns. Mas dessa vez, tenho 13 anos, nada de diário, nada de filhos. Mas com uma coisa em comum: não irei ligar em ter rugas, cabelos brancos e, muito menos experiência.
--
Ps: Esse conto postei aqui antes a uns 2 meses atrás e agora eu repostei por causa da pauta do Blorkutando dessa semana =)
3 comentários:
Laah! Lembro sim! Juro que lembro!
Na verdade, reconheci pelo jeito de escrever, acredite ou não. Sou boa nisso, haha
Que bom que voltou, viu?
Vou acompanhar sempre, futura balzaquiana. haha
Beijo!
Mas é claro, pô. Eu lembrei pelo modo de escrever sim.
Aparece mais, tá? :D
não lembrava do post, mas adorei. tmbm encaro meu aniversário como sinais de maturidade, mas cada ano que passa me sinto triste por saberque a vida adulta monótona se aproxima.
sofia
Postar um comentário