sábado, 27 de março de 2010

5 de março de 2027



5 de março de 2027,

Querido diário,

Hoje, finalmente, faço meu aniversário de 30 anos. Esse, concerteza, foi o aniversário mais esperado de todos na minha vida. Quanto mais perto da “3ª idade”, mais feliz me sinto! Me chamam de doida por sentir isso, mas não ligo.

Alguns odeiam ficar mais velhos. Temem rugas, cabelos brancos, experiência de sobra, experiência de menos,enfim. Eu, particularmente adoro o dia do meu aniversário. Não só porque ganho presentes e etc, mas porque os sinais da idade –como se eu estivesse tão velha assim- chegam com esse dia.

Sinais inevitáveis que com o tempo ficam cada vez mais visíveis. Sinais que deveriamos gostar, não odiar tanto. A cada aniversário, penso que posso sim estar envelhecendo e que daqui a alguns anos, posso adquirir rugas, cabelos brancos e experiência. Mas, com meus pensamentos otimistas farei das rugas apenas expressões faciais que ao longo da vida consegui expressando meus sentimentos à flor da pele. Irei pensar, que os cabelos brancos são aqueles famosos cabelos brancos de preocupação. Preocupação com aqueles que amo e com as coisas simples e pequenas da vida que a fazem especial.

E a minha experiência será espalhada para os mais jovens, para que quando tiverem a minha idade, poderem fazer isso também. Quero que toda a minha experiência seja passada, mesmo aquela famosa experiência errante, mas não quero que os jovens façam exatamente os mesmos erros. Não,não. Mas quero que errem. Isso eu quero sim. E não diário, não me chame de doida. Foi com os erros que tenho 30 anos bem sucedidos. Posso não ter sido perfeita, mas fiz meu melhor para ser boa o bastante. Mas não perfeita.

Não quero que se sintam culpados por envelhecer. Jamais. É natural da vida. Quero que tomem juízo. Quero que escutem os pais. Pois agora, sendo mãe, sei como é difícil. Mas, apesar de tudo quero que sejam felizes. Seja com 13 anos, seja com 30. Quero que eles sejam felizes acima de tudo.

Bom diário, por hoje é só. Preciso ir curtir meus 30 anos enquanto há tempo.

Que você tenha um bom dia e até amanhã.

[...]

Acordo assustada. Sento-me na cama e observo bem o quarto e minhas roupas de cama. Dou uma risada e suspiro. Aliviada? Não sei. Só sei, que foi um suspiro sincero. Me lembro de todo o resto do meu sonho e dou mais uma risada, porque agora sei, que aos meus 30 anos, serei quase igual a uma das personagens de um dos meus filmes preferidos: Bridget Jones.

Vou ter um diário. Talvez porque meu analista pediu , ou talvez só por achar que preciso.

Saio de meus devaneios com minha mãe me abraçando e me desejando parabéns. Mas dessa vez, tenho 13 anos, nada de diário, nada de filhos. Mas com uma coisa em comum: não irei ligar em ter rugas, cabelos brancos e, muito menos experiência.



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Ps: Esse conto postei aqui antes a uns 2 meses atrás e agora eu repostei por causa da pauta do Blorkutando dessa semana =)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

...

Ainda pasma e horrorizada, lá estava eu em minha sala olhando a perícia e o IML “embalando” meu marido naquele enorme saco preto –que sempre me arrepiavam até a alma. Desolada olhando àquela cena, milhares de flashes se passaram em minha cabeça. Tudo o que passamos juntos acabado ali, no chão de minha sala.

Em passos lentos e curtos, caminhei até um dos policiais –amigo da família- e o perguntei se tinham alguma hipótese do o porquê da morte. Pensaram em suicídio. Esbocei um sorriso em forma de agradecimento e fui até a cozinha.

Peguei um copo de água e me sentei em um dos banquinhos da bancada, apoiei meus cotovelos no balcão e afundei meu rosto em minhas mãos e me coloquei a chorar.

Lembrei-me que a um pouco mais de 24 horas atrás, eu e Bem tivemos uma briga. Feia.
O chinguei de coisas horríveis, mas isso veio com tamanha reciprocidade que cheguei a ficar assustada. Se realmente o motivo da morte dele tiver sido suicídio, me sentirei culpada pelo resto de minha vida. Lembrei-me também do sonho que tive na noite anterior. Um homem, uma coisa, uma espécie de Morte, citou uma frase que gosto muito no livro “A Menina que Roubava Livros”, que é mais ou menos assim: “Um dia você vai morrer.”

Agora, aqui, com Bens já morto, percebo que a frase faz sentido –mais sentido ainda, quero dizer-, posso não estar morta de fato, mas por dentro não me sinto viva o bastante para viver.

Saio de meus pensamentos, com James –o policial- me chamando, caminho até ele para ver qual era o motivo do “chamado”. Confirmado. A morte de Bem, fora suicídio.

Um nó se formou em minha garganta e com ele, lágrimas brotaram em meus olhos, mas fui forte o bastante e não as derramei.

Mais uma vez a nossa briga veio em minha cabeça e me lembro exatamente de seus últimos atos: “Apesar de tudo Jen, eu ainda te amo.” Depois de dito isso, Bem foi dormir em nosso quarto.

Ao me lembrar disso, senti um calafrio e, pude jurar que vi a “Morte” de meus sonhos. Mas não, não poderia ser. Saí desses pensamentos e fui até a sala. A maioria dos policiais já haviam ido embora. Só sobrara James, que assim que saiu, me sorriu de uma maneira reconfortadora e me deu seus pêsames.

Fiquei ali esperando o último tira sair, observando o luar. Aquela noite estava estranhamente assustadora. O luar criava um ar de penumbra na rua deserta –a não ser pelo carro de polícia parado a porta- e escura. O vento movimentava as árvores de uma maneira sincronizada e bizarra . A sombra dos galhos refletidos no asfalto, davam um ar de suspense bem original.

Permaneci ali por mais uns 20 minutos. Quando dei por mim, estava sozinha em casa.

Resolvi tentar dormir. Apaguei as luzes, tranquei a porta e fui em direção a meu quarto.

Observei mais uma vez a rua e, quando estava me virando, vejo a imagem de Bem refletida no vidro da janela sorrindo para mim. Sorri para eu mesma e fui dormir.

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Poisé, quase um mês sem postagens D:
Esse texto ja tava pra postar a um tempão, mas a falta de tempo não deixa =/
Bom, semana que vem começam as minhas provas, mas prometo, que farei de tudo pra tentar postar aqui, nem que seja de 2/2 semanas :)
Beeijos, e um bom final de semana :*

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Aulas...

Tudo bem com vcs? *-* q
Seguintee, minhas aulas começaram hj -mais uma semana de férias nao seria tao ruim D:- então junto com as aulas vem a correria e a falta de tempo =/
Portanto, não sei se vai dar pra postar aqui com tanta frequência e tals... Mas farei o possível...
Só não posto agora pq a inspiração não vem, mas vou ver se até semana que vem posto alguma coisa aqui :)
No mais, é isso, se ficar ausente aqui é por causa da falta de tempo/inspiração.
Beeijos :*

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Let it be, let it be

When i find myself in times of trouble…
Let It Be – The Beatles


Bem que se a música fosse minha, neste momento mudaria o I –“eu” em inglês- por we –“nós”- e o myself por ourselves –nós mesmos- assim, para o nosso português ficaria: Quando nos encontramos em momentos de dificuldade.

Quando nós seres humanos nos encontramos em momentos de dificuldade, achamos uma força tremenda e inexplicavelmente incrível em meio a tristeza, dor e caos. Nos sentimos capazes de tudo e de nada. Queremos e precisamos primeiramente nos ajudar, mas na hora da dor,tristeza e caos compartilhados somos tomados pela compaixão que nos move naquele momento. Ou então, estamos mais preocupados em apenas salvar nós mesmos que esquecemos do outro.

Controverso. É isso que nós seres humanos somos: controvérsias.

Ao mesmo tempo em que amamos, odiamos. Ao mesmo tempo em que estamos felizes, estamos tristes. Ao mesmo tempo em que queremos ajudar ao outro, esquecemos dele. Não me pergunte como conseguimos, mas só sei que conseguimos.

Um belo exemplo –recente- disso tudo é o que vem acontecendo no Haiti. Só na sexta-feira passada, o número de mortos já chegava aos 200 mil. Mas, movidos pelos sentimentos do momento, somos capazes de ajudar ao próximo seja qual for a distância. Para aquele povo o que não falta é esperança. Hoje, mais uma pessoa -um homem- foi achada debaixo dos escombros após 14 dias do desastre. Mas a meio disso tudo, também houve desesperança. Não por parte dos haitianos, mas por parte daqueles que estão ajudando. Semana passada a ONU cogitou a ideia de parar com as buscas de sobreviventes. Mas não foi feito. Não foi feito graças a nossa quase sabedoria. Pois, sabemos desde a existência do ser humano que nosso instinto de sobrevivência “bate” qualquer outro.

Mas as vezes somos tão pessimistas que duvidamos de nós mesmos, duvidamos de nossos instintos. Porém. Adivinhe só? Somos tão otimistas que nem em pensamentos duvidamos de nós mesmos. Dos nossos instintos. Somos controvérsias a cada segundo. Queremos agir por impulso, porém, também queremos agir de uma maneira calculista.

Queremos ser perfeitos o tempo inteiro, mas ao mesmo tempo queremos errar para conseguir aprender. Odiamos clichês, mas adoramos falar eles como frase de impacto. É. Complexo não é?

Quando paramos para pensar bem, é sim. Já estamos tão acostumados com nós mesmos que o que é complexo vira simplicidade. Outra controvérsia.

Bom, se fosse falar tudo o que nós usamos de controverso, usaria muito mais de uma página de texto do Word. Gastaria horas e horas escrevendo,falando e ouvindo. Ou talvez não. Talvez eu ache alguma pessoa que resuma isso tudo. E não é que já achei? É... Achei você! Você ser humano controverso.

Pauta para o Blorkutando

sábado, 23 de janeiro de 2010

Queria poder não sentir...

Ilusão

Para mim, um dos piores sentimentos já sentidos pelo ser humano. Você ser iludido é quase o mesmo de quebrar seu coração em milhares de pedacinhos. Em uma tortura sem fim. Aquela mistura de dor, angústia não sei.

Se sente burro, idiota, estúpido e retardado e, isso tudo, porque se deixou levar e quando viu... Ah! Quando você viu, simplesmente não acreditou: foi iludido. Tudo ilusão. Sentimentos,momentos, pessoas. Começa a se xingar. Como se fosse a pior pessoa do mundo. Derrama lágrimas, não necessariamente de tristeza, de ódio talvez. Ódio de si próprio. Ódio de quem o fez acreditar que aquilo tudo foi real.

Começa a enxergar estes momentos de ilusão como neste texto. Cheio de pontos finais. E, me desculpe pelos pontos, eles –talvez- sejam necessários mais tarde para a compreensão disso tudo.

Você tenta não ligar para a sua estupidez. Pensa em como foi cego. Neste tempo todo, acreditou que era tudo –tudo mesmo- real. Mas depois de um tempo, essa ilusão vira apatia. É. Depois você se conforma com tudo e fica apático sobre isso.

Como este texto e o monte de pontos finais que coloquei. Eles são, extremamente indiferentes para a compreensão, pois, repare. No lugar dos mesmos poderia ter colocado vírgulas, mas quis fazer frases pequenas e,talvez sem nexo. Quis fazer deles, ilusões quem sabe. Mas não quis ser indiferente. Isso não. Bom, pelo menos acho que não.

Mas no final de tudo, queria ter a máxima certeza porque iludimos e somos iludidos. Para falar a verdade, queria ter certeza do que sentimos e fazemos os outros sentirem. Queria ter certeza dos sentimentos. Qualquer que fosse ele. Queria ter certeza das coisas imateriais do mundo.

E, agora, relendo o texto, percebo que o penúltimo parágrafo não tem nexo com o resto do texto. Até um certo ponto. Porque, as ilusões –pelo menos comigo-, não fazem sentido. E, também, o mundo nos faz sentir iludidos. Quando achamos que temos certeza de tudo, quando pensamos que sabemos o porque da causa dos problemas que nos cerca, o mundo –ou até nós mesmos- muda tudo.

Mas no final de tudo, você percebe que é iludido a todo momento, não tem jeito. Pelo menos uma vez na vida você vai ser iludido. Como dizemos popularmente, você vai “quebrar a cara” um dia. Infelizmente.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

5 de março de 2027

5 de março de 2027,

Querido diário,

Hoje, finalmente, faço meu aniversário de 30 anos. Esse, concerteza, foi o aniversário mais esperado de todos na minha vida. Quanto mais perto da “3ª idade”, mais feliz me sinto! Me chamam de doida por sentir isso, mas não ligo.

Alguns odeiam ficar mais velhos. Temem rugas, cabelos brancos, experiência de sobra, experiência de menos,enfim. Eu, particularmente adoro o dia do meu aniversário. Não só porque ganho presentes e etc, mas porque os sinais da idade –como se eu estivesse tão velha assim- chegam com esse dia.

Sinais inevitáveis que com o tempo ficam cada vez mais visíveis. Sinais que deveriamos gostar, não odiar tanto. A cada aniversário, penso que posso sim estar envelhecendo e que daqui a alguns anos, posso adquirir rugas, cabelos brancos e experiência. Mas, com meus pensamentos otimistas farei das rugas apenas expressões faciais que ao longo da vida consegui expressando meus sentimentos à flor da pele. Irei pensar, que os cabelos brancos são aqueles famosos cabelos brancos de preocupação. Preocupação com aqueles que amo e com as coisas simples e pequenas da vida que a fazem especial.

E a minha experiência será espalhada para os mais jovens, para que quando tiverem a minha idade, poderem fazer isso também. Quero que toda a minha experiência seja passada, mesmo aquela famosa experiência errante, mas não quero que os jovens façam exatamente os mesmos erros. Não,não. Mas quero que errem. Isso eu quero sim. E não diário, não me chame de doida. Foi com os erros que tenho 30 anos bem sucedidos. Posso não ter sido perfeita, mas fiz meu melhor para ser boa o bastante. Mas não perfeita.

Não quero que se sintam culpados por envelhecer. Jamais. É natural da vida. Quero que tomem juízo. Quero que escutem os pais. Pois agora, sendo mãe, sei como é difícil. Mas, apesar de tudo quero que sejam felizes. Seja com 13 anos, seja com 30. Quero que eles sejam felizes acima de tudo.

Bom diário, por hoje é só. Preciso ir curtir meus 30 anos enquanto há tempo.

Que você tenha um bom dia e até amanhã.

[...]

Acordo assustada. Sento-me na cama e observo bem o quarto e minhas roupas de cama. Dou uma risada e suspiro. Aliviada? Não sei. Só sei, que foi um suspiro sincero. Me lembro de todo o resto do meu sonho e dou mais uma risada, porque agora sei, que aos meus 30 anos, serei quase igual a uma das personagens de um dos meus filmes preferidos: Bridget Jones.

Vou ter um diário. Talvez porque meu analista pediu , ou talvez só por achar que preciso.

Saio de meus devaneios com minha mãe me abraçando e me desejando parabéns. Mas dessa vez, tenho 13 anos, nada de diário, nada de filhos. Mas com uma coisa em comum: não irei ligar em ter rugas, cabelos brancos e, muito menos experiência.